Os nomes acima, pra quem não sabe (e eu também não sabia até hoje) são de diferentes tipos de rapé ("pó resultante de folhas de tabaco torradas e moídas, por vezes misturadas a outros componentes, especialmente aromáticos, usado para inalação, e que provoca espirros", diz o Houaiss).
Eu já tinha achado bem bacana aquele balcão que vende todo tipo de fumo na praça João Mendes. É o meu caminho pro trabalho, todos os dias. Fica dentro da padaria Santa Tereza, aquela fundada em 1872, vizinha da Igreja de São Gonçalo, que dava nome à praça antes de virar João Mendes (quem convive comigo não aguenta mais pequenos fatos extraídos do livro A Capital da Solidão, leitura de busão do momento).
No final de semana deu vontade, e parei lá pela primeira vez pra ver se vendia Piracanjuba, o cigarro de palha que meu irmão fez o maior esforço pra importar de Goiás e que agora vende em todo lugar. Enquanto pagava, chega um senhor e pede um "bergamota", ou um "tulipa". O senhor velhinho do outro lado do balcão abre uma gavetinha cheia de pequenos potes metálicos, mais ou menos do tamanho de um Vick Vaporub. Consegui enxergar de longe a palavra "rapé".
Não tinha nenhum dos dois, o freguês acabou levando um "eucalipto" e um "cristal". Fiquei morrendo de vontade de comprar um, mas fiquei sem coragem. Minha lembrança de rapé é de Brasília, alguém tinha esse treco, eu botei no nariz e espirrei que nem louco e jurei nunca mais usar. O cara que trabalha comigo, mais ou menos da minha idade, nunca tinha ouvido falar.
Ainda segundo Houaiss, "o hábito de cheirar rapé atingiu o ápice nos séculos XVIII e XIX, e decaiu na primeira metade do século XX, tendendo a desaparecer". Se vai desaparecer, acho melhor comprar logo uns potinhos. Se eu não resolver cheirar, pelo menos acho que vai ficar bem bacana em algum lugar da minha sala.
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segunda-feira, dezembro 13
Menino, como passou rápido!
Normalmente na hora de assinar um cheque, ou para quem não tem cheque (como eu), na hora de preencher qualquer outra data, as pessoas se dão conta que faltam poucos dias pro próximo ano.
Essa é aquela época do ano em que tudo é automaticamente adiado para o ano que vem. Natação, ginástica, regime? Ano que vem. Economizar dinheiro? 2005 eu vejo. Agora é se segurar pra tudo aterrisar bem no dia 1º, porque até lá é só balada e preparação pra balada. É tudo euforia. Aliás, foi descrevendo esse estado que eu me acostumei a chamar de "síndrome de final de ano" que virei bipolar na cabeça do psiquiatra supostamente muito sabido. Então tá. Vou ali comprar meu lítio e ver se fica bom com Red Bull.
- Menino, já é dezembro?Eu defendo que ano nenhum "passa rápido" ou "passa devagar". O ano passa em exatamente 365 dias, ou 52 semanas. Se não quiserem me achar mala demais, particularmente acho que o tempo passa bem devagar, ainda bem.
- Gente, já chegou o final do ano?
- Rapaz! Como passou rápido o ano!
Essa é aquela época do ano em que tudo é automaticamente adiado para o ano que vem. Natação, ginástica, regime? Ano que vem. Economizar dinheiro? 2005 eu vejo. Agora é se segurar pra tudo aterrisar bem no dia 1º, porque até lá é só balada e preparação pra balada. É tudo euforia. Aliás, foi descrevendo esse estado que eu me acostumei a chamar de "síndrome de final de ano" que virei bipolar na cabeça do psiquiatra supostamente muito sabido. Então tá. Vou ali comprar meu lítio e ver se fica bom com Red Bull.
domingo, novembro 28
Under My Skin
"Na calmaria da noite, enquanto olho a lua pela janela, meus pensamentos se desviam para você. Na calmaria da noite (...), quantas vezes eu te digo: 'você me ama? será você a minha vida, meu sonho a se realizar?" Ou irá este meu sonho desaparecer como a lua se esvaindo atrás da colina, na fria calmaria da noite?"(Tradução bem livre de "In The Still Of The Night", do Cole Porter, que eu nunca ouvi sem ser com um cara chamado Aaron Neville, no sensacional Red, Hot + Blue, disco-tributo ao Porter que tem ainda David Byrne, Sinead O'Connor, Fine Young Cannibals e U2)
É que agora dei pra prestar atenção em letras de músicas em inglês. Essa foi a trilha sonora da lavação geral de louça que rolou aqui em casa hoje (sim, é verdade, me acostumei a lavar louça; estou virando uma dona de casa). O normal mesmo é eu decorar a letra e nem me dar conta, pode ser a bobagem que for, ou até um primor de poesia, que eu presto atenção mesmo é na sonoridade (palavra bonita, né? Estou me achando depois que tive 8,5 no trabalho mais cascata do século, que era nada menos que uma *análise* de "Como uma onda". A música, não a novela).
Acho que a última que eu tinha reparado mesmo era "Build", dos Housemartins, quem lembra? Por esse nome, acho que ninguém, mas aposto que todo mundo lembra da música do "pa pa pa pel"... Pois essa baladinha besta, que muito casal de namorados deve ter escutado em doces momentos, é sobre a construção de uma casa. Operários que chegam, tijolos, isso mesmo. (Dois detalhes importantes: 1. Norman Cook, o baixista dessa banda é hoje mais conhecido como Fatboy Slim; 2. O resto do disco é muito bom, eu tinha, e me dei conta agora que perdi faz muito tempo).
Acho que esse disco do Cole Porter é um bom começo. Com o Google, fica bem fácil. Estou lendo a letra pela primeira vez agora: "Love For Sale". Uma espécie de anúncio classificado, quem quer comprar meu amor? Amor jovem, fresquinho, novo, verdadeiro amor? Hmmm... melhor deixar em inglês mesmo, maybe. (Último detalhe, e juro que paro com os parênteses: o cara era muito bom, não merecia virar o Kevin Kline num filme)
Parrilla
Enquanto faço planos de finalmente ir a Buenos Aires em janeiro, me ocupo com esse monte de restaurantes argentinos que estão abrindo na cidade. Ok, por enquanto, me ocupo mesmo com um só, o Martin Fierro, que já virou tradição de sábado à tarde. Martin Fierro era o nome do Empanadas antes de passar a ser definitivamente conhecido pelo nome do tal pastelzinho assado. O dono desencanou do boteco e abriu o restaurante ali perto, na rua Aspicuelta, e depois vendeu esse também. Os atuais proprietários mantêm a qualidade lá em cima, e o preço bem decente. Empanada continua sendo a melhor entrada, pra esperar o bife de chorizo sangrando, com batata e cebola assada, e muita salada verde. Dá pra secar algumas garrafas de vinho, mas num dia quente como ontem, teve que ser cerveja. Só pra experimentar (e admirar a garrafa de quase um litro), vale pedir a uruguaia Norteña, mas a Bohemia faz mais o meu gosto.
Se conseguirmos vencer a tradição (e o preconceito com o bairro), da próxima vez a gente tenta um argentino bem elogiado da Vila Olímpia. A desvantagem (ou seria vantagem?) é que não fica duas quadras do Filial, pra tomar uns choppinhos saideira com o dia ainda claro.
PS: Dicas
» Gim Tones voltou. É genial.
» No embalo do Gim e da pancadaria de sexta: Fotogarrafa, do Marcelo Min, o fotógrafo da Folha agredido pelo segurança do vizinho do Maluf. Vale muita a pena.
» A cada duas ou três semanas, tem Ricardo Freire na última página do Guia do Estadão. O desta semana, sobre a praga do sushi frito, está de gargalhar. Sim, eu sou tiete do cara. Só um trecho:
Hoje em dia o sushi quente é uma realidade, senão nua e crua, pelo menos nua e bem passada.
quinta-feira, novembro 18
Passa por cima!
Minhas desavenças com as buzinas começaram como um item menor das minha lista de preocupações cotidianas, ou talvez apenas como um subitem da categoria “trânsito”. Isso quando eu ainda dirigia. Na minha vida de pedestre, a pendenga está quase chegando às vias de fato.
Sempre achei uma enorme grosseria buzinar no trânsito, a não ser que fosse para evitar que um motorista distraído (como eu) causasse um desastre de grandes proporções. Achava que era o equivalente a gritar na orelha de alguém que parou na sua frente na escada rolante. Pode ser irritante, mas dá pra contornar e xingar a pessoa mentalmente. Minha mãe faz a buzina psicológica. Quando está dirigindo e se assusta com alguma coisa, levanta a mão como se fosse buzinar, mas para bem no meio. Acho que mente se satisfaz, algo como o fumante que quer parar e fica com o cigarro apagado na boca.
Infelizmente, nem todo mundo é como mamis. Acho que dá uma coceira, a pessoa nem se dá conta mais quando aciona a corneta. Me irrito por mim mesmo, pela grosseria das pessoas, mas também porque o infeliz barulhento não se dá conta que tem gente que mora naquela rua, e que inclusive se dá ao luxo de dormir de vez em quando, em geral na hora em que ele resolveu amolar a vizinhança toda porque o carro da frente demorou uma fração de segundo além do tolerado por sua paciência para avançar no farol verde.
Como se vê, ultimamente minha tolerância está chegando perto de zero. Começou com um xingamento baixinho, contido. Depois passou pra uma coisa mais efetiva, mas que não atingia o ignorante. Mais recentemente, comecei a tentar “olhar na cara do sujeito”, essa expressão tão familiar a quem passou a adolescência indo de carro com o pai para o colégio. E depois passei a desejar que a janela do carro estivesse aberta, para que ele pudesse também ouvir os impropérios.
Hoje me vi na situação perfeita. Na subida da rua do Paraíso, uma senhora (eu achava elas tão pacíficas) não se conforma que o farol abriu e o trânsito não anda, e despeja a raivinha na buzina, janela aberta, e eu na calçada do lado certo, ainda por cima. Quando eu me preparava para minha primeira incursão no tête-a-tête anti-buzina, o carro da frente (o pobre alvo da revoltada) estanca no meio do cruzamento, o motorista põe a cabeça pra fora, esforçando-se para virar para trás, e grita: “Tá com pressa?”. E repete, completando aquela frase que eu achava que era só uma lenda, uma brincadeira que a gente fazia dentro do carro. “Tá com pressa? Passa por cima!”
Obrigado, meu São Longuinho. Não foi dessa vez que precisei pagar o mico de xingar um motorista no meio da rua. Fizeram isso por mim, economizei uns minutos de estresse. E eu que vivo pregando sobre as maravilhas de não ter carro, estou me desiludindo. Dirigir está dando nos nervos até de pedestre.
Sempre achei uma enorme grosseria buzinar no trânsito, a não ser que fosse para evitar que um motorista distraído (como eu) causasse um desastre de grandes proporções. Achava que era o equivalente a gritar na orelha de alguém que parou na sua frente na escada rolante. Pode ser irritante, mas dá pra contornar e xingar a pessoa mentalmente. Minha mãe faz a buzina psicológica. Quando está dirigindo e se assusta com alguma coisa, levanta a mão como se fosse buzinar, mas para bem no meio. Acho que mente se satisfaz, algo como o fumante que quer parar e fica com o cigarro apagado na boca.
Infelizmente, nem todo mundo é como mamis. Acho que dá uma coceira, a pessoa nem se dá conta mais quando aciona a corneta. Me irrito por mim mesmo, pela grosseria das pessoas, mas também porque o infeliz barulhento não se dá conta que tem gente que mora naquela rua, e que inclusive se dá ao luxo de dormir de vez em quando, em geral na hora em que ele resolveu amolar a vizinhança toda porque o carro da frente demorou uma fração de segundo além do tolerado por sua paciência para avançar no farol verde.
Como se vê, ultimamente minha tolerância está chegando perto de zero. Começou com um xingamento baixinho, contido. Depois passou pra uma coisa mais efetiva, mas que não atingia o ignorante. Mais recentemente, comecei a tentar “olhar na cara do sujeito”, essa expressão tão familiar a quem passou a adolescência indo de carro com o pai para o colégio. E depois passei a desejar que a janela do carro estivesse aberta, para que ele pudesse também ouvir os impropérios.
Hoje me vi na situação perfeita. Na subida da rua do Paraíso, uma senhora (eu achava elas tão pacíficas) não se conforma que o farol abriu e o trânsito não anda, e despeja a raivinha na buzina, janela aberta, e eu na calçada do lado certo, ainda por cima. Quando eu me preparava para minha primeira incursão no tête-a-tête anti-buzina, o carro da frente (o pobre alvo da revoltada) estanca no meio do cruzamento, o motorista põe a cabeça pra fora, esforçando-se para virar para trás, e grita: “Tá com pressa?”. E repete, completando aquela frase que eu achava que era só uma lenda, uma brincadeira que a gente fazia dentro do carro. “Tá com pressa? Passa por cima!”
Obrigado, meu São Longuinho. Não foi dessa vez que precisei pagar o mico de xingar um motorista no meio da rua. Fizeram isso por mim, economizei uns minutos de estresse. E eu que vivo pregando sobre as maravilhas de não ter carro, estou me desiludindo. Dirigir está dando nos nervos até de pedestre.
segunda-feira, novembro 15
Ferimentos ridículos
Acho que está na temporada de me machucar de formas bem idiotas. Primeiro foi a vez da quina da bancada (que eu mesmo inventei na minha cozinha) se atirar na minha cabeça. Fiquei uns cinco minutos paralisado, antes de conseguir raciocinar e sentir o sangue com a ponta dos dedos. Maldita ponta de madeira deixou uma mancha gorbatcheviana na minha cabeça.
E agora tem três manchas bem ridículas no meu rosto, que eu mesmo consegui fazer com a unha do dedão, que escorregou no nariz molhado enquanto eu assoava o dito cujo. Acho que eu devia inventar alguma história diferente, algo envolvendo sexo selvagem, sei lá. Melhor que dizer "me arranhei assoando o nariz" após as inevitáveis perguntas que vou agüentar até esse treco cicatrizar. Ai.
Presenças inesperadas
Tem coisas e pessoas que passam pela sua vida uma vez, e depois voltam da forma mais surreal, por falta de palavra melhor. Foi assim com "Januária", que eu já tinha ouvido um tempão atrás e achado que a era música mais João Gilberto de todas do Chico, óbvio que pelo trechinho de vocalização "um-da-pa-tá, um-da-pa-tá". E outro dia fiquei na casa de uns amigos voltando essa música até decorar a letra. Apareceu de novo no feriado, e fui obrigado a roubar o disco da minha mãe, pra ouvir descontroladamente nos próximos dias. Pra quem quiser, vale muito a pena: tá no disco "Chico Buarque", de 1967.
E agora tem três manchas bem ridículas no meu rosto, que eu mesmo consegui fazer com a unha do dedão, que escorregou no nariz molhado enquanto eu assoava o dito cujo. Acho que eu devia inventar alguma história diferente, algo envolvendo sexo selvagem, sei lá. Melhor que dizer "me arranhei assoando o nariz" após as inevitáveis perguntas que vou agüentar até esse treco cicatrizar. Ai.
Presenças inesperadas
Tem coisas e pessoas que passam pela sua vida uma vez, e depois voltam da forma mais surreal, por falta de palavra melhor. Foi assim com "Januária", que eu já tinha ouvido um tempão atrás e achado que a era música mais João Gilberto de todas do Chico, óbvio que pelo trechinho de vocalização "um-da-pa-tá, um-da-pa-tá". E outro dia fiquei na casa de uns amigos voltando essa música até decorar a letra. Apareceu de novo no feriado, e fui obrigado a roubar o disco da minha mãe, pra ouvir descontroladamente nos próximos dias. Pra quem quiser, vale muito a pena: tá no disco "Chico Buarque", de 1967.
sexta-feira, novembro 12
Blumenau 1 x 0 Campos do Jordão
As cervejinhas Baden Baden, que habitavam minha geladeira antes da muquiranice tomar posse deste corpinho e já foram até presente num aniversário meu, estão correndo o risco de perder o lugar no meu coração. Hoje comprei seis garrafinhas de Eisenbahn, a cerveja feita em Blumenau que eu tomei outro dia na casa do Rodrigão e adorei. Comprei quatro da Dunkel, que é uma escura deliciosa, e duas da Pale Ale, uma vermelha que eu não me lembro se é boa ou não (detalhe que a moça da loja fala "pali ali" mesmo, fiquei com vergonha de falar "peio eio").
A loja fica na r. do Arouche e está vendendo a R$ 2,50 a garrafinha de 355 ml, segundo eles, na promoção. Parece bem razoável, ainda mais considerando que a outra cerveja, a de Campos do Jordão, custa uns R$ 7 ou R$ 8 a garrafa de 600 ml. Corre todo mundo pra lá.
Claro que é bem pior que a relação custo/ml das latinhas de Itaipava que agora moram na minha geladeira. Virou tradição no começo do mês imobilizar uma parte gorda do meu salário em gêneros alimentícios e uma ou duas dúzias de latas de Itaipava. Pelo preço que tá no Extra (e baixou um centavo), não tem como haver relação custo benefício melhor. E ter cervejas geladas em casa é quase tão obrigatório quanto ter água ou cebola (sério, descobri recentemente que uma cozinha funciona super bem se tiver sempre um pouco de alho e cebola. Melhora qualquer prato). Ainda mais se tomar Itaipava custa 5 vezes menos (na conta por ml, que eu tive a manha de fazer) que tomar chopp no Filial. O Aílton anda me perguntando porque eu sumi...
Traje de folga
Não basta não ter que trabalhar, precisa mostrar pra todos que nesse dia, você está flutuando um degrau acima de todo mundo: bermuda, camiseta azul-azul do golfinho rotador de Noronha, sandália (não é papete! me recuso!). Não tem um que escapa, o cara olha pra você e diz "que vida boa, hein?". Eu digo "sim" com um sorriso irritante. O dia de sol inacreditável só tornou tudo mais delicioso. E isso mesmo que seja pra ir no banco, no poupatempo, ou até passar na firrrma um pouquinho. Não ter que trabalhar em dia de semana está na listinha de coisas mais prazerosas da vida. Ah, espera que vou abrir uma cerveja pra completar. Talvez me jogar na banheira daqui a pouco.
A loja fica na r. do Arouche e está vendendo a R$ 2,50 a garrafinha de 355 ml, segundo eles, na promoção. Parece bem razoável, ainda mais considerando que a outra cerveja, a de Campos do Jordão, custa uns R$ 7 ou R$ 8 a garrafa de 600 ml. Corre todo mundo pra lá.
Claro que é bem pior que a relação custo/ml das latinhas de Itaipava que agora moram na minha geladeira. Virou tradição no começo do mês imobilizar uma parte gorda do meu salário em gêneros alimentícios e uma ou duas dúzias de latas de Itaipava. Pelo preço que tá no Extra (e baixou um centavo), não tem como haver relação custo benefício melhor. E ter cervejas geladas em casa é quase tão obrigatório quanto ter água ou cebola (sério, descobri recentemente que uma cozinha funciona super bem se tiver sempre um pouco de alho e cebola. Melhora qualquer prato). Ainda mais se tomar Itaipava custa 5 vezes menos (na conta por ml, que eu tive a manha de fazer) que tomar chopp no Filial. O Aílton anda me perguntando porque eu sumi...
Traje de folga
Não basta não ter que trabalhar, precisa mostrar pra todos que nesse dia, você está flutuando um degrau acima de todo mundo: bermuda, camiseta azul-azul do golfinho rotador de Noronha, sandália (não é papete! me recuso!). Não tem um que escapa, o cara olha pra você e diz "que vida boa, hein?". Eu digo "sim" com um sorriso irritante. O dia de sol inacreditável só tornou tudo mais delicioso. E isso mesmo que seja pra ir no banco, no poupatempo, ou até passar na firrrma um pouquinho. Não ter que trabalhar em dia de semana está na listinha de coisas mais prazerosas da vida. Ah, espera que vou abrir uma cerveja pra completar. Talvez me jogar na banheira daqui a pouco.
domingo, novembro 7
2 many stupid bands
Quase deu vontade de ir no Procon dos festivais. Quem foi o animal que pensou que as pessoas que compraram ingresso pra tenda MotoMix, do TIM Festival, estavam interessadas em ver aquelas duas grandes bobagens que vieram antes do set redentor do 2manyDJs?
Primeiro, Soulwax, que eram os prórios caras do 2manyDJs achando que podiam ser uma bandinha de britpop. Tá, vai botar pra fora a vontade em algum clube sujo de Londres, não na minha orelha. E eu estava até animado pra ver as minas do Cansei de Ser Sexy, depois do que tinha lido no Estado. Mas um amigo preveniu pouco antes: são umas malas gritando no microfone. Olha, pode até ter lugar num pocket show em algum clube de música indie (irc), but no thanks. Passei. Aliás, cansei. Culminou com o Supla (!!!) no palco, só pra dispensar mais comentários.
Quatro horas depois, finalmente. E a paradinha esperou bem a hora de começar o set deles pra bater, e eu fiquei alucinado. Foi sensacional, igualzinho tinha sido no Rio no ano passado. Eles são realmente os melhores que eu já vi na vida. Não param, uma atrás da outra. Um putza trampo só pra por 30 segundinhos de uma música sensacional. Nirvana, Song 2 (Blur), Chemical. Ufa. Quero mais.
Primeiro, Soulwax, que eram os prórios caras do 2manyDJs achando que podiam ser uma bandinha de britpop. Tá, vai botar pra fora a vontade em algum clube sujo de Londres, não na minha orelha. E eu estava até animado pra ver as minas do Cansei de Ser Sexy, depois do que tinha lido no Estado. Mas um amigo preveniu pouco antes: são umas malas gritando no microfone. Olha, pode até ter lugar num pocket show em algum clube de música indie (irc), but no thanks. Passei. Aliás, cansei. Culminou com o Supla (!!!) no palco, só pra dispensar mais comentários.
Quatro horas depois, finalmente. E a paradinha esperou bem a hora de começar o set deles pra bater, e eu fiquei alucinado. Foi sensacional, igualzinho tinha sido no Rio no ano passado. Eles são realmente os melhores que eu já vi na vida. Não param, uma atrás da outra. Um putza trampo só pra por 30 segundinhos de uma música sensacional. Nirvana, Song 2 (Blur), Chemical. Ufa. Quero mais.
sexta-feira, novembro 5
Nova velha paixão
Mesmo sem ter um puto no bolso, nem pra comprar um CD do Chumbawamba por R$ 7, entrei no sebo que fica no caminho pro escritório. No B do Pop Rock, por R$ 14, o CD que o Blur lançou depois que eu me apaixonei pelo som deles. Chama só "Blur" mesmo e tem Beetlebum, um momento bem clásico e sensacional não só do Blur como da minha vida mesmo. Fracotes que compraram o "best of" (o meu foi junto com outros 62 no roubo do meu pobre carrinho, v. milhares de posts no arquivo), ouçam a primeira música.
Depois de cantorolar Beetlebum pelos 10 minutos seguintes, cheguei no serviço determinado e baixar tudo o que eu visse de Blur pela frente. Me dei conta que poucas bandas são tão marcantes em pedaços diferentes da minha vidinha besta.
No fim, inteiro mesmo, consegui baixar o Parklife, um que eu nunca comprei mas sempre achei as partes que eu conhecia bem clássicas. E finalmente me dignei a ver as letras. Bom, um disco que abre com "Girls & Boys", possivelmente a melhor música de balada de todos os tempos, já é um clássico instantâneo.
Mas a paixão, no momento, é realmente por "End of a Century" e "To The End". A primeira é uma linda prévia de "The Universal", a clássica do CD seguinte. Épica, pra cantar de braço aberto gritando no trânsito, lembrando do final do século passado. E a segunda é (fui descobrir lendo a letra) uma fofa de amorzinho (ui). Ou eu entendi errado alguma ironia? Coisa fácil, em se tratando de Blur.
Testing service
Fazendo um simulado de IELTS (o teste de inglês que as universidades ingleses pedem), não parava de me lembrar daquele pedaço do exame do déficit de atenção que o cara do Einstein falava uma lista de palavras, ou contava uma história, e eu tinha que repetir, over and over again, e sempre faltava um pedaço. Numa das partes do IELTS (no simulado, só faz metade. OK, é de graça), você ouve uma fita e vai preenchendo respostas. Acho que acertei algumas das mais difíceis, mas no meio do treco, dei uma dispersada e perdi uma. Que era simplesmente... um ano! Tipo 1890. Na certa vão achar que eu colei o resto.
Depois de cantorolar Beetlebum pelos 10 minutos seguintes, cheguei no serviço determinado e baixar tudo o que eu visse de Blur pela frente. Me dei conta que poucas bandas são tão marcantes em pedaços diferentes da minha vidinha besta.
No fim, inteiro mesmo, consegui baixar o Parklife, um que eu nunca comprei mas sempre achei as partes que eu conhecia bem clássicas. E finalmente me dignei a ver as letras. Bom, um disco que abre com "Girls & Boys", possivelmente a melhor música de balada de todos os tempos, já é um clássico instantâneo.
Mas a paixão, no momento, é realmente por "End of a Century" e "To The End". A primeira é uma linda prévia de "The Universal", a clássica do CD seguinte. Épica, pra cantar de braço aberto gritando no trânsito, lembrando do final do século passado. E a segunda é (fui descobrir lendo a letra) uma fofa de amorzinho (ui). Ou eu entendi errado alguma ironia? Coisa fácil, em se tratando de Blur.
Testing service
Fazendo um simulado de IELTS (o teste de inglês que as universidades ingleses pedem), não parava de me lembrar daquele pedaço do exame do déficit de atenção que o cara do Einstein falava uma lista de palavras, ou contava uma história, e eu tinha que repetir, over and over again, e sempre faltava um pedaço. Numa das partes do IELTS (no simulado, só faz metade. OK, é de graça), você ouve uma fita e vai preenchendo respostas. Acho que acertei algumas das mais difíceis, mas no meio do treco, dei uma dispersada e perdi uma. Que era simplesmente... um ano! Tipo 1890. Na certa vão achar que eu colei o resto.
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